13 Reasons Why | O pensamento existencialista de todos os porquês

A filosofia do absurdismo de 13 Reasons Why retrata a revolta adolescente desperta de sua existência em um mundo caótico e consequentemente desprovido de sentido aparente.

O existencialismo filosófico argumenta o anseio individual do humanismo perante o contexto irracional da vida. A adolescência enquanto período de proto-emancipação existencial converge para o ponto de partida do próprio pensamento existencialista e com ele, as divagações especulativas da vida se afloram por meio de sentimentos e/ou comportamentos exacerbados e difusos. A série de Hanah Baker, Clay Jensen e cia. de forma caricata, porém funcional, traduz a importância dos vínculos afetivos inter pessoais como resposta aos porquês cruéis do caos adolescente.

Em suas 4 temporadas de alguns altos e baixos, 13 Reasons Why nos apresenta a dinâmica autodestrutiva da adolescência tóxica no high school norte americano.  Pautas acerca de problemas estruturais do comportamento adolescente e o tabu do suicídio são discussões abertas e até certo ponto gratuitamente exageradas devido ao impacto gráfico das cenas. As consequências trágicas da morte de Hanah Baker ainda na 1ª temporada continuam reverberando nas vidas do grupo de amigos envolvidos na motivação suicida da jovem.

Clay Jensen, claramente o mais impactado, desencadeou transtornos pós traumáticos que vão se agravando de modo catártico e demasiadamente alucinatório ao longo da série. Seu anseio por controle de suas emoções e ações são a guinada de rumo que a série toma a partir de sua 2ª temporada e nelas adentramos o drama existencial de Clay entre a dualidade do sádico e do masoquista que habita em nós. A jornada é extremamente tortuosa por mais emocionalmente apelativa e estranhamente sem enredo que seja em seu final.

A aceitação conclusiva de que a vida é um mero acaso sem sentido é uma constante em muitas das afirmações de Clay. Junto ao absurdismo das situações caóticas potencializadas pelas inconsequências adolescentes a série sublinha conceitualmente todo o seu viés existencialista. O discurso final de formatura dos jovens é um desabafo de muitas gerações do pós Columbine, onde própria a sobrevivência é o rito de passagem de formandos do mundo afora. O legado da série estará além de sua retratação trágica. O diálogo e o pedido de ajuda sempre serão alternativas frente a banalização de problemas intrinsecamente ligados a vida.

“Não há nada de errado em dizer que você precisa de ajuda.”

Avaliação: 3 de 5.

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